Nasci e cresci na zona norte de São Paulo. Era um tempo em que as casas tinham jardins e flores. Na minha, havia muitas roseiras. Minha mãe cuidava delas, e eu, xereta que era, acabava, nos dias de faxina nos canteiros, com espinhos nos pés. Era de lei: meus pés pareciam ter ímãs para espinhos...Mas havia as bocas-de-leão, as margaridas, os amores-perfeitos, as palmas...tão bonitas e mais generosas.
O tempo passou, morei em apartamentos. Cultivei vasos.
Mais tarde, resolvemos morar na chácara. Espaço e terra. Redescobri minha terapia.
Brinquei muito de bonecas. Meus pais sempre me presenteavam com uma no Natal. A madrinha e
avó me ensinou a amá-las. Coleciono algumas de alma rara.
Juntar as duas coisas foi possível através do artesanato. Assim surgiu a ideia de realizar os bonecos de cimento e transformar o jardim.
Tanto as plantas quanto as criações artesanais alimentam a alma de quem as cultiva. São resultado de dedicação e carinho. Ensinam a ter paciência, persistência, responsabilidade e autoconfiança. Devolvem um sentido de realização e bem-estar.
No meu caso, ainda, unem a minha família, pois fazemos tudo em conjunto.
Vale cada esforço para vê-los cheios de vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário